sábado, 21 de abril de 2012

Curso Superior se torna uma realidade ao alcance de todos

A maioria dos jovens sonha em um dia cursar uma faculdade. O problema muitas vezes é que muitos estudantes não tem condições de arcar com os altos custos das mensalidades. Restando assim, somente as vagas nas Universidades Públicas. Mas, muitas vezes as vagas não são suficientes, e nem sempre se adequam ao interesse de estudo do aluno na região. No Brasil, esse sonho tornou-se ainda mais próximo da realidade, a partir de 2004 quando, a foi criado o PROUNI (Programa Universidade para Todos).
Esse programa foi criado para tentar reduzir, a longo prazo, a desiguldade social no país. O Programa oferece bolsas de cem por cento para quem estudou o ensino médio em escolas públicas e possui uma renda per capita na família de até três salários mínimos. Somando a renda de toda família o valor máximo deve ser R$5598,00 para bolsas de 50% e R$1866,00 para bolsas de 100%.
Para concorrer a uma vaga, além de preencher esses requisitos, os estudantes precisam fazer a prova do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio). A nota neste exame é classificatória para as vagas em que o estudante concorrer. Após realizar o ENEM o aluno se inscreve no PROUNI e escolhe a vaga do curso em que deseja cursar. Um sistema chamado Sisprouni faz a seleção impressoal e automatizada dos candidatos que se encaixam nos pré-requisitos e tiram a melhor nota para contempá-los com as bolsas.
Em Joinville instituições como o IELUSC e a Univille (a maior da cidade) disponibilizam diversas vagas para estudantes que se inscrevem no PROUNI.
Alan Dias é um exemplo de que é possível cursar uma faculdade de forma gratuita sem ter se adequar a oferta dos cursos tecnoclógicos das universidades públicas da cidade. Na época em que cursava o ensino médio Alan lembra que professores informavam os alunos sobre a importância de fazer o ENEM para aí então concorrer a uma vaga pelo PROUNI. “Naquela época precisei parar de estudar pois o trabalho era prioridade naquele momento. Mas, três anos depois, voltei a estudar no EJA (Estudo de Jovens e Adultos). Prestes a concluir o ensino médio, fiz a prova do ENEM e tirei uma boa nota”.
Alan se encaixa nas bolsas de até cem porcento pois a renda per capita da família é de um salário mínimo. E ele se inscreveu nos dois cursos que tinha mais afinidade, Arquitetura e Comunicação Social. “Na hora de se inscrever no PROUNI você precisa escolher cinco cursos que você pretende fazer. Lembro desses dois. Pra falar verdade minha primeira opção era Arquitetura, mas, na inscrição acabei colocando Jornalismo e hoje estou feliz por viver essa experiência aqui no Ielusc”, revela Alan.
Essa oportunidade que Alan não desperdiçou também foi aproveitada por 379 alunos que foram contemplados com bolsas do PROUNI em Joinville no semestre passado. Foram 158 bolsas de custeio integral e 221 bolsas de 50%. Em Santa Catarina foram 1878 bolsas integrais e 1608 parciais totalizando 3486 bolsas.

A vida de João Deschamps também teve um importante capítulo ligado ao PROUNI. Em 2011 João cursava o terceiro ano do ensino médio e precisava decidir qual faculdade cursaria. Sua situação financeira o impedia de arriscar o ingresso em alguma faculdade privada. Mas, o sonho dele era maior. João trabalha na rádio Leste FM como repórter esportivo, há um ano, antes mesmo de entrar na faculdade. A opção por cursar Jornalismo então já estava tomada. O difícil seria conseguir cerca de setecentos reais por mês para pagar as mensalidades. Motivado pelos professores do colégio ele prestou o ENEM e alcançou um bom resultado. Paralelo a isso ele também prestou o vestibular do IELUSC e passou para Jornalismo, mas na hora da matrícula não conseguiu arrecadar o dinheiro necessário e perdeu a vaga. A decepção era total.
Mas, “Jota Deschamps” como é conhecido no rádio, ainda tinha uma esperança. Ele havia feito a inscrição no PROUNI para Jornalismo e tinha que aguardar para ver se sua nota seria suficiente para garantir seu ingresso no curso. (a seleção do PROUNI é feita somente após as matrículas dos alunos aprovados no vestibular da instituição).
“Lembro do dia que vi o resultado. Era domingo, eu tinha saído de casa e voltei somente a noite. Quando cheguei meus pais já estavam dormindo. Liguei o computador e fui ver se havia saído o resultado do PROUNI. Quando eu vi, não me acreditei, estava 'verde', eu havia conseguido a bolsa de 100% para cursar Jornalismo. Na hora não me aguentei, invadi o quarto de meus pais e contei que havia conseguido a vaga. Nós três não aguentamos, nos abraçamos e foi uma choradeira só” revela Jota.

Jota Deschamps no plantão esportivo da Leste na transmissão da final da copa norte entre Tupy e Estrela da Praia

Jota agora pode unir Vocação e Estudos cursando Jornalismo no Ielusc
Universidades públicas e gratuitas também são opção

Além da possibilidade de estudar em uma escola privada de maneira gratuita através do PROUNI existem as vagas das universidades públicas. Em Joinville existem três instituições de curso superior gratuitas. A UDESC (Universidade do Estado de Santa Catarina), a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e o IFSC (Instituto Federal de Santa Catarina). As formas de ingresso nessas faculdades são através de vestibulares individuais, mas, a UFSC também disponibiliza vagas para quem presta o ENEM.
Crystiam Remes é aluno de Engenharia Elétrica na UDESC. Ele é de Apucarana/PR e veio para Joinville há quatro anos para estudar. Sua opção pelo curso não foi por ele ser gratuito. “Na época prestei vestibular para UDESC e UFPR (Universidade Federal do Paraná). Passei nas duas mas preferi a UDESC por conhecer a qualidade da instituição e o forte mercado da região” afirma.
O problema dos cursos disponibilizados pelas Faculdades públicas de Joinville são o foco de todas elas. As três instituições tem somente cursos voltados exclusivamente para área científica/tecnológica (com exceção do curso de Gestão Hospitalar do IFSC). Isso deixa desamparado quem prefere uma graduação nas áreas de humanas e não tem como custear um curso pago. Nesses casos a única opção é recorrer a bolsas.

Por Leandro Ferreira
leandro.reportagem@gmail.com

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